Foto:
O projeto Histórias de Quem Coleta o Amanhã, desenvolvido na Escola Emanuel, em Choró/CE, pelos alunos, buscou reconhecer os catadores como verdadeiros educadores ambientais, destacando a relevância de seu trabalho para a sustentabilidade. Frequentemente vistos de forma desvalorizada, esses trabalhadores tiveram suas trajetórias ressignificadas por meio da escrita afetiva dos estudantes, registrada em um livro de biografias e memórias.
A catadora Ana Cleide fez questão de afirmar: "Eu não cato lixo, eu cato material reciclável", reivindicando respeito e dignidade para sua profissão. Já o aluno Marcelo refletiu: "Muitas vezes as pessoas passam por eles e nem sequer cumprimentam, mas quando a gente para para escutar, percebe que carregam histórias de vida que ensinam muito".
Assim como Carolina Maria de Jesus denunciou, em "Quarto de Despejo", as desigualdades e invisibilidades sociais enfrentadas pelos moradores das margens, os catadores revelam no dia a dia um saber que muitas vezes é silenciado. O projeto, ao ouvir e registrar essas vozes, também dialoga com a visão de Ailton Krenak sobre a necessidade de resgatar a humanidade por meio da escuta, da valorização da vida e da relação de cuidado com o planeta.
As ações envolveram visitas aos galpões, encontros quinzenais e entrevistas, criando uma ponte entre estudantes e catadores. Os resultados foram transformadores: os alunos desenvolveram empatia, senso crítico e consciência socioambiental, enquanto os catadores se sentiram valorizados e respeitados, com elevação da autoestima. Alguns, inclusive, foram motivados a retornar aos estudos, evidenciando o poder da educação quando unida ao afeto e ao reconhecimento humano.
Há 1 dias
Há 10 dias
Há 17 dias
Há 22 dias
Qual o seu nível de satisfação com essa página?